Crea-PI cria comissão especial para avaliar causas da explosão de restaurante em Teresina
No início na manhã de quarta-feira (21/12), ocorreu uma forte explosão, no Vasto Restaurante, localizado na Rua Professor Joca Vieira, na zona leste de Teresina. A causa da explosão ainda é desconhecida, mas, provavelmente, ocorreu devido a vazamento de gás. Uma perícia está em andamento para descobrir a origem.
Em decorrência do fato, o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Piauí (Crea-PI), Ulisses Filho, junto ao presidente da Associação Piauiense dos Engenheiros de Segurança do Trabalho (APIEST), Eng.Civ, Eletric. e Seg.Trab. Hércules Medeiros, o coordenador da Câmara Especializada de Mecânica, Geologia e Minas, e de Segurança do Trabalho, Eng.Mec.Renato dos Santos, o diretor técnico da Associação Brasileira de Engenheiros Civis- Departamento Piauí (ABENC-PI), Eng.Civ.Jardiel Peres, e o Eng. Mec e de Seg. Trab. Marllon Araújo, e o chefe de Fiscalização do Crea-PI, Eng.Civ.Pedro Vaz, estiveram reunidos, na quarta-feira (21/12), na sede do Crea-PI, e criaram uma comissão técnica para apurar as possíveis causas do incidente.
Sobre a Comissão, o presidente do Crea-PI, Ulisses Filho, explica que é composta por especialistas que acompanharão o andamento de todo o processo para a elucidação do que ocasionou a explosão. “Estamos vendo as ARTs que foram registradas no Crea-PI para verificar os profissionais que as preencheram e que acompanharam a execução do serviço. Obviamente não se trata aqui de culpar A, B ou C, mas de acompanhar o processo e só depois da perícia, realizada pelos órgãos competentes, que poderemos estar nos manifestando para expor um esclarecimento preciso. Então, inicialmente é conversar com os profissionais e os responsáveis pelo empreendimento, e a Comissão ajudará na busca de qualquer problema”, disse.
Após a reunião, o presidente Ulisses Filho, os membros da Comissão e presidentes das entidades de classe foram ao local onde ocorreu a explosão. Estiveram presentes o vice-presidente do Crea-PI, Eng.Seg.Trab.Andrei Costa, a presidente da Abenc-PI, Dominique Oliveira, a presidente do Ibape-PI, Eng.Civ.Mércia Teixeira, a presidente da Associação Piauiense de Engenharia Ambiental e Sanitária (Apieas), Eng.Amb.San. Ana Letícia Lemos, o conselheiro do Crea-PI, Eng.Civ. Pedro Marques, e os agentes fiscais deste Conselho.
Em relação às causas do acidente, o presidente da Apiest, Hércules Medeiros, abordou sobre a hipótese trabalhada até o momento e os procedimentos a serem seguidos. “Estamos trabalhando com a hipótese envolvendo gás, mas só a perícia que pode constatar, mas supondo que seja isso, temos alguns procedimentos que devem ser seguidos. Primeiro o gás de cozinha é misturado com metano, que tem um cheiro peculiar, para ser reconhecido. O procedimento de esvaziamento desse gás é abrir portas e janelas para facilitar a ventilação e saída desse gás, mas em alguns locais que têm ainda interrupção, quando você para com a atividade durante a noite, como, por exemplo, a madrugada, o principal procedimento adotado deve ser interromper o fluxo, e se tem uma chave específica e ao evitar que tenha gás nas tubulações, você evitará que se acumule no ambiente, pois o principal risco é de ter um ambiente fechado e aí sim tem o risco da explosão”, explica Hércules Medeiros.
Sobre o vazamento de gás, o engenheiro mecânico Flávio Luz, declara que “a maior probabilidade seria um vazamento de GLP, por uma válvula aberta, ou vazamento em algum duto ou conexão que rompeu, não se sabe, só com um laudo pericial. Foi um incêndio localizado, pontual, no qual houve uma onda de choque, dilatação do ar instantânea, que faz uma onda em uma velocidade gigante e que ocasionou todos aqueles danos. Esse gás GLP tem a característica de ser mais pesado do que o ar. Então, ele não sobe como qualquer outro gás, que sobe para a atmosfera e se dissipa. O GLP se acumula geralmente, próximo ao solo, e três horas de vazamento e em um cilindro de gás industrial é um volume muito grande. Então, esse gás fica só esperando qualquer partida, uma centelha ocasiona uma tragédia”, afirmou.
Em relação às medidas para evitar acidentes como esse, ressaltamos a importância de se contratar profissionais, devidamente registrados e habilitados para projetarem e executarem serviços técnicos, como, também, para fazer a manutenção de todos os itens de segurança nos empreendimentos.
Após o incidente, o engenheiro Flávio Luz explicou as medidas a serem adotadas pelas pessoas afetadas pela explosão. “As pessoas prejudicadas devem procurar um profissional habilitado para avaliar os danos sofridos, a fim de que sejam emitidos laudos técnicos que garantam a integridade do imóvel e, também, base legal para reivindicarem seus direitos. Um último ponto que destaco na questão de prevenção é o cuidado no dimensionamento correto da tubulação e a instalação de um sensor de vazamento de gás como importantes medidas protetivas”, finalizou.