Valorização da atuação feminina é prioridade no Crea-PI
Rever “burocracias administrativas”, constituídas por meio de resoluções, como “o grande número de eleições internas” e tornar o Crea-PI mais eficiente em sua prestação de serviços são algumas das propostas do engenheiro agrônomo Raimundo Ulisses de Oliveira Filho, ao aproximar-se do seu segundo mandato à frente do Regional.
Na sua primeira gestão, Ulisses destaca a realização do programa “Conversando com o Presidente”, que aproximou o profissional para tratar livremente de demandas para o Conselho e também ouviu a sociedade. “Acreditamos que o Conselho deveria ser mais proativo na contribuição de soluções para desenvolvimento do país”, comenta na entrevista a seguir.
Filho do município de Floriano, Ulisses Filho é especialista em Geoprocessamento e perito judicial na Prefeitura de Teresina, onde já foi subsecretário de Agricultura e atuou na construção da sua Agenda 2030. Desempenhou várias atividades no Sistema, inclusive como conselheiro federal e diretor geral da Mútua-PI. Foi ainda Presidente do Instituto Piauiense de Avaliações e Perícias de Engenharia – Ipiape, secretário de Agricultura do município de Timon, Chefe do Escritório Regional da Emater em Teresina e diretor da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado do Piauí – Aeapi.
Site do Confea: Pode nos falar um pouco sobre sua trajetória até chegar à presidência do Crea?
Raimundo Ulisses de Oliveira Filho – Iniciei no Crea-PI bem jovem, e a primeira participação foi como conselheiro regional suplente. Depois, fui conselheiro titular, coordenador regional da Câmara de Agronomia e, posteriormente, coordenador nacional das Câmaras Especializadas de Agronomia por dois mandatos. Em seguida, fui conselheiro federal, fui eleito Diretor Geral da Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea-PI. Atualmente, estou exercendo o cargo de presidente do Crea-PI, eleito para o segundo mandato.
Site do Confea: Quais iniciativas foram tomadas que terão continuidade no segundo mandato, principalmente dentro da temática equidade de gênero?
Raimundo Ulisses de Oliveira Filho – Criamos no final de 2019 o Programa Mulheres no Crea-PI. No entanto, devido às eleições e à pandemia, algumas ações previstas para 2020 foram reprogramadas para 2021. A ideia é realizar uma pauta continuada da temática, focando na formação de novas lideranças femininas.
Site do Confea: O senhor acredita que esse crescimento da representação feminina no Sistema já é fruto do Programa Mulher?
Raimundo Ulisses de Oliveira Filho – Acredito que sim, pois nas duas últimas eleições houve um crescimento significativo de mulheres no Colégio de Presidentes. Acreditamos que seja possível aumentar ainda mais a representação feminina no Sistema.
Site Confea: Qual a importância de trabalhar essa equidade de gênero, principalmente no Sistema Confea/Crea?
Raimundo Ulisses de Oliveira Filho – Ainda existe uma barreira muito grande e isso inibe o surgimento de novas ideias, penso que a diversidade é importante para a modernização do Sistema.
Site do Confea: Neste triênio à frente do Crea, quais os principais desafios já mapeados que demandam esforço e atuação? Eles constam da agenda de prioridades, como serão tratados e quais resultados positivos irão gerar?
Raimundo Ulisses de Oliveira Filho – O nosso foco foi aproximar o profissional ao Crea-PI. Existe muita desinformação sobre o funcionamento do Conselho, e isso acaba criando barreiras entre o Crea e os profissionais. Essa aproximação depende do entendimento do que o profissional espera do Conselho, e dentro dessa ótica observarmos o que podemos fazer. Temos que ter um Crea mais eficiente na prestação dos serviços. Criamos no Piauí o Programa “Conversando com o Presidente”, cujo objetivo é ouvir o profissional, por meio de uma roda de conversa, com pauta aberta, em que o profissional pode abordar qualquer assunto. Esse programa foi executado em todas as nossas Inspetorias, órgãos públicos, empresas privadas e universidades, e a partir dessas reuniões, podemos compreender a visão do profissional sobre o Sistema e o que ele espera do Conselho. Desse modo, detectamos os problemas e buscamos as soluções.
Site do Confea: O senhor acredita que o Sistema Confea/Crea e Mútua demande alguma readequação de seus procedimentos? Por quê? Se sim, qual tipo de reestruturação é necessária e como a sua gestão irá atuar neste sentido?
Raimundo Ulisses de Oliveira Filho – O Conselho tem muitas eleições, e se torna muito complicado para um gestor formar e eleger Diretoria e Comissões todo ano. Sem falar nos conselheiros que mudam anualmente, devido ao processo de Renovação do Terço do Plenário. Do ponto de vista administrativo, o Crea é burocrático. Temos que respeitar os Colegiados, mas também temos que rever esses nossos procedimentos, previstos em Resoluções, que criam muita burocracia e deixam o Conselho com longas rotinas.
Site do Confea: O senhor acredita que a integração dos Creas dentro da região geográfica e de forma nacional é importante? Se sim, quais caminhos possíveis, dos pontos de vista institucional e político? Quais vantagens esse movimento pode gerar para o Sistema e para os profissionais do setor?
Raimundo Ulisses de Oliveira Filho – Sim. O nosso país tem dimensões continentais e, às vezes, uma solução não se adequa a uma determinada região. Portanto, essa interação é importante, mas tem que respeitar as diferenças regionais.
Site do Confea: Muito se fala na responsabilidade e habilidades dos profissionais registrados no Sistema Confea/Crea como contribuições diretas para o desenvolvimento do Brasil e para a implantação de políticas públicas que levem à retomada do crescimento nacional. Qual sua opinião sobre essa viabilidade?
Raimundo Ulisses de Oliveira Filho – Dispomos de excelentes instituições e profissionais na Engenharia, Agronomia e Geociências, que têm apontado para soluções na busca do desenvolvimento. Acreditamos que o Conselho deveria ser mais proativo na contribuição de soluções para desenvolvimento do país.
Henrique Nunes
Equipe de Comunicação do Confea com a colaboração de Jescika Araújo (Crea-PI)